Hoje seria o aniversário do meu irmão mais velho Moacyr. Primogênito do seu José e Dona Maria de Castro tinha como marca registrada a alegria, o bom humor e estava sempre pronto para ajudar o seu próximo.
Nascido na cidade de Elias Fausto SP veio ainda muito pequeno com nossos pais e irmãos Toninho e Nair morar na Usina de Itupararanga, nosso vale encantado que ele amava e passou grande parte da sua existência.
Trabalhou até se aposentar no quadro de operações e nas folgas seu hobby era a pescaria. Segundo meu irmão Toninho ele era o cozinheiro oficial quando acampavam ao redor da represa para pescar os lambaris, as traíras e a deliciosas tilapias que foi trazida pelos portugueses a nossa terrinha.
Além de preparar os peixes sua especialidade era o arroz com frango que ele levava vivo e o mesmo ficava ciscando por perto até a hora de ir para panela (naquela época não se falava em congelados).
As pescarias nem sempre deram muito certo, em uma ocasião quando ainda eram pequenos ele fisgou o dedo do Toninho ao lançar o anzol na água, voltando para casa os dois chorando encontraram com a Dona Elvira que rapidamente resolveu o problema cortando o anzol com um alicate.
Com certeza esse não foi o motivo para desistirem ,até onde sei pescaram muitas vezes juntos ate fora do Brasil.
Certa vez eles tiveram a idéia de dar um susto na nossa mãe, foram até o pé de amora se fartaram da fruta passaram o restante no rosto e corpo e chegaram chorando... Passado o susto os dois ficaram de castigo.
Era um grande apreciador de música na época da moda caipira ou raiz como queiram. Na sede velha era onde acontecia os grandes eventos e o próximo seria um grande show de cururu logo mais a noite, colocou o seu terninho de missa passou brilhantina nos cabelos e foi todo cheiroso para o famoso evento.
Como nossa casa era próxima dava para acompanhar tudo. As horas foram passando e tudo quieto a não ser o som dos grilos e os sapos era um silencio total. Mamãe acordou o Toninho e foram ate lá e ao adentrar o local que já estava fechando as portas encontraram o mocinho dormindo em cima de uns sacos de estopa que estavam num canto.
Quando ele tinha uns 13 anos fazia ligação direta na moto do nosso pai para dar umas voltas com a Harley Davidson e depois colocava no mesmo lugar, ainda bem que nosso pai nunca ficou sabendo para sorte dele.
Meu querido irmão Moacyr foi uma pessoa do bem e deixou muitos amigos os quais o acompanharam na brava luta contra a doença que infelizmente tirou a sua vida em tão pouco tempo. Estes são apenas uns poucos casos dos muitos que ele contou nos momentos em que lhe fiz companhia nas suas idas ao hospital.
Passado algum tempo o seu nome foi escolhido para ser o nome da rua do local que trabalhou até se aposentar na cidade de Sorocaba-SP, quando foi descerrada a placa todos os amigos estavam lá. Foi uma grande emoção.
Mano querido dedico esta crônica a você com muito amor