...Começou pelo Sr. Cipriano. Indicou sua casa, à beira da represa e ordenou que cuidasse dela. Depois, fez o mesmo com os seus vizinhos, Srs. Valter e Morelli. Em seguida, dirigiu-se ao Sr. Belmiro no alto do morro e a seus vizinhos, cujos nomes não me lembro.
No momento seguinte, aquele senhor estrangeiro avistou alguém em meio a multidão e se dirigiu a ele: “Sr. Genésio, preciso do senhor na Casa de Válvulas! Tenho que por o troller para funcionar com certa urgência. Vamos precisar muito dele! Posso contar com o senhor, não? Que bom! Não se esqueça de se proteger bem, pois, na trilha que sobe para o morro costumam aparecer cobras. Vista também um bom agasalho; lá em cima, faz muito frio. E, um rádio de pilhas, vai ajudar o tempo passar mais rápido quando estiver lá, sozinho, no meio do nada. Não vai ser fácil, mas, conheço sua bravura e asseguro-lhe que o senhor também irá revezar com outros maquinistas”. Próximo ao inclinado Sr João Monteiro continuava a serrar lenha para abastecer as casas do Balanço.
Voltando-se para um lado e procurando entre aquele oceano de cabeças, o homem alto, de repente, apontou para um senhor moreno, esguio, de rosto magro e sereno: “Para comandar o troller, preciso que o senhor assuma, Sr. Antonio Carvalho! Fique tranqüilo que chamarei outros troleiros em seguida. O senhor também não estará sozinho. Não o estou vendo agora, daqui, mas, por favor, diga ao Sr. Rodrigo, seu irmão, que ele fica com a reforma da Pensão do Balanço, pois já conheço sua reputação de excelente mestre de obras. Avise-o que poderá se mudar com a família imediatamente para a casa ao lado.
À medida que o estrangeiro alto ia dando suas instruções, as pessoas imediatamente deixavam aquele enorme grupo de pessoas e o obedeciam. “Sr. José de Castro Sobrinho, ‘Zé Ferreiro’, não? Vejo aqui, nestes meus apontamentos, que é assim que o chamam” (e aqui se permitiu um leve sorriso para emendar logo em seguida): “Pois, Sr. “Zé Ferreiro”, tome posse da sua Ferraria! Já mandei para lá o Sr. Luis ‘Carioca’, para trabalharem juntos. Quanto à sua casa, o senhor terá que esperar um pouco mais, pois, ao longo do tempo, ela, infelizmente, sucumbiu, por negligência de alguns. Mas logo daremos um jeito nisso... Para a reforma pode usar os tijolos que estão ali! Vieram da Iugoslávia. Talvez o senhor nem saiba, mas seu neto, Saulo, levou um desses, de lembrança, no dia que esteve aqui. Para que o trabalho renda, sugiro que peça ajuda a seus filhos, que pelo que disseram são dez!”.
.....Continua