segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

VILA OLÍMPICA LIGHT: BERÇO DE CAMPEÕES !!!



Ganhei de presente da minha filha Mariana um livro chamado Votorantim: História e Iconografia de uma cidade do autor João dos Santos Júnior. São muito interessantes os dados históricos e as fotos impressas.Porém o que me chamou atenção foi uma foto do jogador de futebol Ângelo Dal Bom, o “Votorantim”.Ele nasceu em 1905 na usina de Itupararanga que na época se chamava Vila de Votorantim.Começou a jogar quando foi morar na capital, no bairro do Belenzinho, num time de nome Flor de Belém que disputava um torneio de times de bairros. Foi lá que um dia, para completar o time, alguém sugeriu: Coloca o cara de Votorantim. Ele entrou no time.Foi campeão em 1924 e ganhou o apelido que ficaria conhecido durante toda a sua vida. Votorantim estreou no Savóia em 1924, como zagueiro central,jogando junto com Paulo Pereira Inácio, um centro-avante, filho do comendador Pereira Inácio que era proprietário da indústria Votorantim. Ficou no Savóia até 1944, quando foi contratado pelo São Bento da capital, time onde ganhou muito dinheiro.Por ocasião de seu casamento, o clube arcou com toda a despesa e ainda deu de presente o valor de três contos de réis, uma fortuna na época. Considerado um dos melhores zagueiros da época, ao lado de Domingos da Guia, Votorantim foi convocado para integrar a seleção paulista de 1932, substituindo o famoso Jaú.Jogou ainda no Fluminense do Rio de Janeiro, onde foi vice-campeão em 1934. Contou que recebia um conto de réis por mês, livre das despesas, motivando-o a comprar oito ternos de casemira Aurora por dois contos de réis.Sempre dizia que o futebol de seu tempo era feito de muita garra e aventura e os craques jogavam com o  coração nas chuteiras e eram verdadeiros artistas da bola. Votorantim encerrou sua brilhante carreira jogando pelo São Bento de Sorocaba. Que orgulho para nós laitenses e aproveitando este espírito esportivo que vou falar um pouco sobre as modalidades praticadas em nossa vila, que não eram poucas. Começando pelo futebol, jogo de bocha e malhas que era tão bem cuidado pelo Senhor Alcides que, aliás, também praticava ciclismo e fazia locação de bicicletas.Natação eram poucos os que não praticavam, tinha os atletas dos saltos ornamentais e o pessoal do mergulho, basicamente as crianças cresciam na água.Montanhismo nós já praticavamos escalando os paredões de pedras dos nossos quintais. Certa vez, eu peguei numa pedra solta e levei uma queda que me custou um enorme corte no joelho, mas assim que sarei estava lá de novo. O lugar mais alto ficava no quintal do Sr. Argermiro que era muito legal. Corda não tínhamos, mas era improvisada com cipó que nós pegávamos na mata e era toda emendada, mas nunca deixamos de pular.Peteca também era feita por nós com palha de milho seca, areia e penas de galinhas. Quando estive no Espírito Santo os garçons do Hotel jogavam peteca no intervalo da tarde, fazia muito tempo que eu não via esse tipo de esporte. A Isa, minha irmã, era campeã de pular pauzinhos, 2 metros já estava pouco, parecia que voava igual as atletas do salto a distância hoje em dia. Bolinhas de gude eu adorava apesar de ser mais voltado para os meninos. Na Light eu jogava numa boa até porque éramos todos amigos. A subida até o balanço pelo inclinado do trole era fichinha, mas até o alto do morro tinha que estar em boa forma. Pontaria os meninos treinavam com sementes de mamonas, pena que o alvo era sempre nós as meninas (chegava até ficar vermelha e como doía). Queimada, jogos de dama, dominó e saquinhos de areia eram os nossos preferidos. Baralhos eram só para os mais velhos. O escotismo masculino e feminino, com os chefes Clecyr ,Waldemar e outros foi de grande importância para nosso desenvolvimento e pessoas como o Zé Dudu que foi um grande incentivador para a molecada principalmente no futebol. Braço de ferro era praticado pelos mais fortões que precisavam ter “muque”. Nas festas, corridas de saco e ovo na colher, pelo que eu sei o Flavio Soares é campeão junto com a Maria Clara neta da Isa. Faltou dizer de rodar arquinho e pneus que era meio difícil de tão acidentado que eram nossas vias. Mas idéias não nos faltavam: pescaria, rapel e para quem gostava de aventuras perigosas descer pelos trilhos do trole sentados em cima de um monte de capim. O que realmente importava era praticar esportes, não importa qual fosse!

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