Como todos sabem na vila, éramos pessoas muito simples até porque o lugar não cabia grandes luxos.
Quando a família era grande como a minha, as roupas e sapatos eram repassadas do maior para o menor, chegando ao último já estavam quase rotos.
Os sapatos eram comprados dois números a mais, pois os pés não paravam de crescer, e só comprava outro quando o mesmo estivesse furando, que na verdade demorava bastante, pois só andávamos descalços.
Minha amiga Deusa Pedroso morava na beira da represa da light e na escola sentavamos na mesma carteira. Muitas vezes fui posar em sua casa e voltava no dia seguinte. Era uma aventura ir na carroceria do caminhão com cabelos soltos ao vento e as mãos segurando firme no apoio para não cair com os solavancos, pois a estrada de terra era toda cheia de buraco.
Chegando a sua casa, era muito bem recebida pelos seus pais Senhor Cipriano e Dona Maria e sua irmã Deise, pessoas maravilhosas de quem me lembro com muito carinho.
Não posso deixar de contar que no jantar Dona Maria servia traíra frita em postas de três centímetros temperadas com sal e pimenta passada no fubá. Era de lamber os beiços.
Enquanto isso mamãe sabendo que eu estava precisando de roupas costurou até tarde para me fazer uma surpresa. De manhã logo que cheguei pedi sua bênção como era nosso costume, e ela foi me mostrar à novidade.
O vestido ficou lindo, branco de bolinhas vermelhas, com gola e mangas, franzido na cintura e uma faixa terminando em um laço. Serviu como uma luva até desfilei para quem estava lá.
Eu estava radiante ate mamãe contar que o lindo vestido tinha sido costurado a mão, pois no momento estava sem a máquina, que de vez em quando por algum motivo meu pai vendia, mas logo em seguida comprava outra.
Naquela época na vila quando morria alguém as senhoras varavam a noite costurando a mão a tal de mortalha do defunto (Que mais parecia uma fantasia de carnaval).
Diante disso, além de ser medrosa era também supersticiosa e logo pensei ,vai que o cara lá de cima me confunde com essa roupa. Rasguei em meu corpo diante do olhar espantado de todos principalmente da minha mãe sei que ela ficou muito triste e dessa vez nem apanhei. Minha amiga assistiu tudo quietinha. Depois deste episódio fomos para a escola e continuamos nossa vida normalmente.Alguém que viveu nessa época poderia me esclarecer sobre esse costume?
Quando a família era grande como a minha, as roupas e sapatos eram repassadas do maior para o menor, chegando ao último já estavam quase rotos.
Os sapatos eram comprados dois números a mais, pois os pés não paravam de crescer, e só comprava outro quando o mesmo estivesse furando, que na verdade demorava bastante, pois só andávamos descalços.
Minha amiga Deusa Pedroso morava na beira da represa da light e na escola sentavamos na mesma carteira. Muitas vezes fui posar em sua casa e voltava no dia seguinte. Era uma aventura ir na carroceria do caminhão com cabelos soltos ao vento e as mãos segurando firme no apoio para não cair com os solavancos, pois a estrada de terra era toda cheia de buraco.
Chegando a sua casa, era muito bem recebida pelos seus pais Senhor Cipriano e Dona Maria e sua irmã Deise, pessoas maravilhosas de quem me lembro com muito carinho.
Não posso deixar de contar que no jantar Dona Maria servia traíra frita em postas de três centímetros temperadas com sal e pimenta passada no fubá. Era de lamber os beiços.
Enquanto isso mamãe sabendo que eu estava precisando de roupas costurou até tarde para me fazer uma surpresa. De manhã logo que cheguei pedi sua bênção como era nosso costume, e ela foi me mostrar à novidade.
O vestido ficou lindo, branco de bolinhas vermelhas, com gola e mangas, franzido na cintura e uma faixa terminando em um laço. Serviu como uma luva até desfilei para quem estava lá.
Eu estava radiante ate mamãe contar que o lindo vestido tinha sido costurado a mão, pois no momento estava sem a máquina, que de vez em quando por algum motivo meu pai vendia, mas logo em seguida comprava outra.
Naquela época na vila quando morria alguém as senhoras varavam a noite costurando a mão a tal de mortalha do defunto (Que mais parecia uma fantasia de carnaval).
Diante disso, além de ser medrosa era também supersticiosa e logo pensei ,vai que o cara lá de cima me confunde com essa roupa. Rasguei em meu corpo diante do olhar espantado de todos principalmente da minha mãe sei que ela ficou muito triste e dessa vez nem apanhei. Minha amiga assistiu tudo quietinha. Depois deste episódio fomos para a escola e continuamos nossa vida normalmente.Alguém que viveu nessa época poderia me esclarecer sobre esse costume?
*Dedico esta crônica especialmente as filhas da light Deusa e Deise e aos seus familiares.
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