sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Feliz Ano Novo - Feliz 2011
Que 2011 seja repleto de paz, saúde, alegria e muito amor.
Obrigada a todos por tudo
Natalina
domingo, 26 de dezembro de 2010
Minha escolinha
Graças a Deus eu tinha a Inês minha irmã mais velha do que eu dois anos e ela já estava acostumada. Por um bom tempo eu andava grudada nela, já que ela estava muito a vontade, nessa época foi até eleita a rainha da escola.
Aos poucos eu fui me soltando, até hoje quando ouço o hino nacional me recordo da nossa fila na hora da entrada onde todos os dias nós cantávamos e isso dava um orgulho de ser brasileiro, aguçava o nosso amor e nosso respeito pela nossa pátria. Confesso que nunca fui aluna nota 10, mas era muito esforçada, da 2ª. Para a 3ª. série passei de ano com a nota cinco por um triz não repeti.
Com o passar do tempo fui ficando mais a vontade, mas muito mesmo e eu tinha um par de alpargatas azulão que era o que eu usava para ir à escola (naquela época as alpargatas eram muito comuns e anos depois foi o calçado mais utilizado pelos hippies), mas às vezes eu gostava de mudar um pouco e ia com os tamancos que minha mãe usava para lavar a cozinha, além de ficar um pouco grande, fazia um barulho no piso de madeira da escola. Certa vez o professor me chamou a atenção, pois aquele toc toc toda hora estava tirando o foco das aulas. Tudo bem ninguém é perfeito!
Agora eu gostava de fazer justiça, uma vez bati num colega para defender um amiguinho, o pior é que ele usava óculos e era primo da minha melhor amiga, mas nem isso adiantou, não teve jeito bati assim mesmo.
A nossa formatura foi linda, toda elaborada pela Dona Didi, uma pessoa muito querida da nossa família, até hoje gosto de cantar a adaptação da musica Torna Sorriento que ela fez para nossa despedida que na verdade era só da escola, pois por muito tempo ainda ficamos juntos morando na mesma vila.
Alguns dos meus amigos já não estão mais conosco e eu sinto muitas saudade deles, bons tempos que passamos juntos. Outros faz muito tempo que não os vejo, mas espero muito breve encontrá-los.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Feliz Natal
Abraços a todos
Natalina & família
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Noite de Natal
Porque está tudo escuro e muito quieto? Para onde foram todas as pessoas que amo, meus pais, meus irmãos e meus amigos?
Alguém pode explicar porque a sede está fechada com aquele cadeado enferrujado... Onde estão todos?
A escola já não tem mais os alunos saindo de mais um dia de aula, o burburinho das crianças e o apito da casa de força avisando que terminou mais um dia de trabalho e já podem descansar os seus corpos na volta para casa com seus familiares.
E o som das máquinas de válvulas que faz o trolinho se locomover, está tudo parado. Já não ouço mais o barulho dos rádios e TVs trazendo informações do mundo inteiro para esse pedaço de chão onde fui tão feliz... Não ouço nem um latido do cão ao longe para me tirar das lembranças tão presentes em minha mente.
Onde estão todos?
O silencio mortal da sede neste dia de Natal sem música, nem vozes alegres, nem trocas de abraços e nem saudações de felicidades.
Não ouço o som dos discos tocando na vitrola e nem o cheiro gostoso dos perfumes e sabonetes no ar, do inesquecível aroma de flores de eucalipto.
Onde estão todos?
As donas de casa preparando a ceia como antigamente com seus cabritos, perus e pernis assados, naquelas mesas lindas prontas para comemorarem o aniversário do nosso rei Jesus.
Onde estão todos?
As crianças com suas roupas novas esperando ansiosas os seus tão sonhados presentes, mesmo que fossem uma boneca de pano ou uma bola.
Onde estão todos?
No campo nenhum garoto correndo atrás da bola, batendo papo com os amiguinhos e a cachoeira totalmente solitária fazendo seu show diário, mas não tem ninguém para aplaudir, como se alguém tivesse congelado esta imagem.
Onde estão todos?
Não vejo árvores enfeitadas com bolas e pisca pisca, somente uma escuridão total. Tenho a impressão que a qualquer momento eu vou acordar e ver que tudo não passou de um sonho.
Enquanto isso não acontece, gostaria que todos que nasceram e viveram neste paraíso voltassem o pensamento para o céu e pedissem a Deus para que muito em breve possamos voltar a nossa terra Natal e para que tudo seja como antes ou melhor, porque agora todos nós trazemos novas experiências que adquirimos ao longo das nossas vidas.
Como os reis magos, vamos nos fixar na estrela que nos leva até o nosso salvador pedindo toda sorte de bênçãos para o ano de 2011.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Chegamos a 7000 acessos
É com grande satisfação que hoje chegamos a 7 mil acessos e gostaria de agradecer a todos que compartilham das minhas postagens e da minha história.
Abraços a todos
Natalina
O que podemos dizer? - Homenagem recebida
Enviada pela Ana Elci, uma amiga muito querida. Então, compartilho com vocês a crônica O que podemos dizer?, de autoria dela.
Bem quem conhece uma pessoa que nasceu e cresceu em Itupararanga que é a Vila da Light, numa noite de Natal?, têm um pessoal que tem um Blog intitulado Filhos da Light, nesse blog as pessoas com muito carinho sempre se comunicam, mandando fotos, fazendo comentários, tem até alguns vídeos, o criador do blog as vezes tem compartilhado com aqueles que têm sido assíduos freqüentadores do blog músicas e também, uma coletânea de crônicas, estas tem feito a alegria desse pessoal, ela se diz minha fã, eu até já morri, mas quem tem seu ídolo para esse não há morte que separe (o) ou (a) fã de seu ídolo, ela relembra em suas crônicas o cotidiano de uma Vila que ao meu ver parece mais um paraíso, tipo aqueles filmes que eu por muitas vezes fui o ator principal, quem sou eu ELVIS PRESLEY, Ah! Querida Natalina, quando você vier para Memphis venha mesmo conhecer minha mansão, será uma alegria imensa ver alguém que seguiu minha carreira por tanto tempo e mesmo hoje após minha morte é tão feliz em me ouvir, digo minhas músicas e saber que ainda eu toco nos corações de pessoas tão sensíveis quanto você, se eu estivesse no meio de vocês com certeza iria entender muito bem esta homenagem que aqui vocês Filhos da Light estão fazendo a minha querida Fã, Natalina não se envergonhe destes que somente quiseram te fazer muito feliz.
Através deste momento sinta-se abraçada por mim, o Elvis, como todos dizem eu não morri, em seus corações, é claro!
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Momento Elvis Presley - Homenagem ao rei do rock
Do telefone a manivela até o celular...novos tempos
Nos anos 40 e 50 na cidade de Sorocaba-SP tinham apenas três aparelhos de telefone e um deles ficava na vila em quem nasci um sítio que foi transformado em uma usina de energia elétrica.
Era uma caixa de madeira com um bocal e um fone de ouvido, para fazer uma ligação tinha que virar a manivela que ficava ao lado e gritar muito se fosse interurbano. Com o passar do tempo instalaram mais aparelhos nas casas da chefia e dos encarregados do serviço local, era comum ouvir as ligações dos outros e ficar sabendo tudo da vida dos vizinhos, só que também eram flagrados com um barulho que fizessem do outro lado.
Bem mais tarde vieram aqueles aparelhos pretos de discar, mas eram raros porque as empresas cobravam muito caro. Meu irmão mais velho Moacyr trabalhava na central telefônica da empresa, foi seu primeiro emprego aos 14 anos , por sinal trabalhou nessa empresa por mais de 30 anos até se aposentar.
Mas voltando ao primeiro emprego de telefonista, além de passar as ligações ele também passava trotes nas pessoas, pois era muito novo e não tinha juízo. Certa vez ele passou um trote na sua namorada se fazendo passar pelo engenheiro da empresa e quando o mesmo ligou ,ela pensou que era o Moacyr brincando e xingou o Doutor até não poder mais.
Outra vez foi com um amigo, disse que a mãe dele havia morrido e como trabalhava na central telefônica era muito bem informado, pois é foi muito difícil desmentir e fazer o moço acreditar que era apenas uma brincadeira (de muito mau gosto, diga-se de passagem).
Depois vieram os orelhões, em cada esquina tinha um para o prazer da criançada que saia da escola, naquele tempo era uma grande modernidade e sem contar os telefones residenciais todo mundo ou quase tinha, embora fosse vendido e por um preço altíssimo, mas ninguém queria ficar de fora, mesmo que tivessem que pagar em “trocentos” pagamentos.
Eu lembro que minha mãe ligava para mim e trocávamos receitas de bolos e ela dizia riscar e não discar que a gente entendia do mesmo jeito.
Celular foi o “boom” do momento, a pessoa não tem dentes mas tem um celular; não tem dinheiro para comprar leite mas para carga de celular ela tem; não tem emprego mas tem um modelo de última geração.
Meu Deus, que modismo é esse? Li uma pesquisa dizendo que há mais celulares do que gente no mundo.
Que tanto esse povo tem para falar que não pode ser pessoalmente, tudo bem que tem pessoas que realmente precisam dele. Não sou contra o avanço da tecnologia, mas tudo que é exagero não dá.
Eu particularmente não gosto porque é um sumidor de dinheiro e ninguém explica para onde vai à grana que colocamos ao carregar os créditos que depois de um prazo que não utilizados somem... e raramente temos a quem reclamar.
Agora tenho certeza que se o meu irmão Moacyr estivesse conosco com certeza teria um de ultima geração, pois adorava eletro-eletrônicos e no seu tempo eram: rádio de pilhas, discos, fitas VHS e cassete de músicas.
Como as coisas mudaram tão rápido, novos tempos...novos tempos.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Passamos dos 5 mil acessos
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Desejos de crianças - O gesso no braço quebrado
Eu morria de vontade de quebrar um braço ou uma perna ou até um dedinho que fosse já estaria bom, pois achava muito legal aquele gesso branco onde os amigos podiam escrever tudo que tivessem vontade, mas não foi possível.
O único que fraturou o braço foi o meu irmão caçula João, nós gostávamos de subir nas árvores que tinha ao lado da nossa casa, mas nesse dia resolvemos mudar um pouco, sair da rotina, ou seja, procurar “chifres em cabeça de cavalo”.
Na casa da nossa vizinha bem próxima a janela tinha uma árvore chamada flor do cabo, e foi dela que o meu maninho despencou e esborrachou feito um abacate maduro. Corri para socorrê-lo e então constatei que havia algo errado, o osso do cotovelo estava fora do lugar.
Não pensei duas vezes e empurrei o mesmo para o lugar (fui até elogiada pelo médico ele disse que o procedimento estava correto). Difícil foi explicar para mamãe, porque eu é que estava tomando conta dele, afinal chegamos todos chorando em casa: ele de dor e nós de medo.
Esclarecido tudo ele foi levado para o hospital da cidade de onde voltou com um gesso lindo que quase nos matou de inveja, igualzinho aquele com o que sempre sonhei.
No começo como doía ele ficou quieto, mas com o passar do tempo só faltava subir pelas paredes porque o resto fazia de tudo. Depois de 40 dias o gesso foi removido e o médico recomendou para que ele carregasse um à latinha com terra como exercício para o bracinho, (a fisioterapia pelo modo laitense)mas nós como queríamos ajudá-lo e acabávamos carregando a latinha para ele.
Mas mesmo assim acho que sarou, pelo que sei nunca reclamou. Há uns anos atrás, eu cai da escada e fraturei o pé esquerdo e depois de um ano foi o direito confesso que não teve graça nenhuma, ate porque aquela menina já não existia mais dentro de mim,foi uma chatice só.
Mas quem bateu o recorde foi uma das minhas sobrinhas, aos sete meses sua irmã apenas um ano mais velha pulou em cima dela no berço e fraturou o seu braço. Era ate bonito de ver ela engatinhando e batendo o gessinho no chão com aquele toc toc .
Recordo com saudade... bons tempos aqueles em que tudo era engraçado até um pé engessado.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
O valor de uma boa palavra
Tenho compartilhado com vocês um pouco da minha história através dos textos que posto aqui no blog.
Fico muito feliz quando as pessoas comentam sobre o que escrevo e tenho recebido muitas manifestações através de emails. Hoje selecionei um muito especial que recebi do meu amigo jornalista Billy Viveiros e confirmo como é importante recebermos uma boa palavra, sempre a comparo com uma boa amizade, ambas não tem preço.
Então, quero dividir com vocês a alegria do email que recebi e agradecer a todos pelo incentivo e carinho.
" Nata, boa tarde...
Vou só te dizer uma coisinha...Por quase 15 anos trabalhei numa editora, aqui em São Paulo. Eu era editor-chefe, a pessoa responsável pela escolha dos originais que seriam publicados, que valiam a pena receberem um investimento por sua qualidade editorial, interesse, originalidade, potencial comercial, enfim, sob todos esses aspectos.
Você não imagina a quantidade de originais que chegavam, diariamente, de todas as partes do Brasil (e até de fora dele) e iam sendo colocados sobre minha mesa. Depois de algum tempo de experiência, o simples correr de olhos por duas, três páginas já eram suficientes para se perceber se o texto era interessante ou não, se ali havia uma pepita ou um diamante em forma bruta a serem burilados, lapidados e transformados em um livro interessante, bom, gostoso de ler.
Querida, eu fiz esse prólogo todo para dizer que, independente do amor que nutro por você e sua família, de nosso passado comum na Light, junto com tantas outras pessoas queridas e que reencontramos agora no blog, que, olhando seus textos apenas criticamente, como se nunca a houvesse conhecido, eu aprovaria todos os seus originais...eu os transformaria todos em livro!!
Parabéns! Que surpresa mais agradável descobrir esse teu talento...eu jamais poderia imaginar! Claro que isso tudo deve ter começado naquelas aulas de "composição", "descrição" e "redação" que tínhamos desde o primeiro ano primário em nossa saudosa EUI. (Lembra-se daquela flip-chart com estampas, imagens, cenas, que havia na nossa escolinha e que nos mostravam para que fossemos olhando e praticando exercícios de descrição?). Que exercícios maravilhosos! Pois aquelas práticas redacionais, juntadas a um talento inato como o teu, só podiam mesmo produzir esses textos lindos que você nos manda! Eu estou absolutamente orgulhoso de você...e cativo! Mal posso esperar para abrir o e-mail, a cada dia, na esperança da chegada de mais uma de suas crônicas!!
Você não faz idéia como essas "pequenas histórias" contadas com tanta clareza, graça e leveza produzem um "bem" não apenas em mim, mas, em todos aqueles que a lêem, por nos reconhecermos nelas o que ameniza um pouco a saudade e a nostalgia que sentimos por não estarmos mais lá!
Por favor querida, continue. Daqui algum tempo poderemos reunir todas essas crônicas (suas, do João - outra grata surpresa! - minhas e de todos os que têm escrito) e editarmos um livro só de "Crônicas da Light", você não acha que pode ser uma boa idéia?
Bem, vamos pensando a respeito e, enquanto isso, por favor, continue escrevendo...SEMPRE!!
Ai que vontade de te dar um abraço apertado!
Bjs
Billy"
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
VALE ENCANTADO: O Cenário do Início de Um Conto de Fadas
Ainda não tinha dois anos de idade quando a menina Maria Izaura chegou à nossa vila trazida por seus pais para tentarem um recomeço de vida.
Vindos de São Paulo, Capital, deixaram tudo para trás para voltarem a viver na nossa vila. Seu pai, Toninho, sempre foi muito querido por aquelas bandas, pois, quando saiu de lá, deixou muitos amigos. Já sua mãe, Berenice, estranhou um pouco, já que estava acostumada com a cidade grande. Mas isso não foi motivo para que não se tornasse amiga de todos e tivesse suas filhas com muita alegria nesse lugar maravilhoso.
Quase todos os finais de semana eram visitados por parentes e amigos e, nas férias escolares, seus sobrinhos passavam sempre com eles para aproveitarem as delícias que o lugar oferecia. Era muito comum o casal de amigos, Juarez e Clarice, virem para uma visita, com seus filhos, e nem imaginavam que, à partir dali, seria o início de um lindo conto de fadas.
A pequena Izaura se encantou com o Alexandre, filho mais velho do casal. A partir daí brincavam o tempo todo e, às vezes, também se estranhavam como toda criança. Izaura, mesmo menor do que ele, caprichava nos empurrões para que ele caísse (está documentado em fotos...rsrsrs). E assim os anos foram passando, as vindas dos amigos já não eram tão freqüentes, mas a amizade nunca acabou.
Quando adultos, com a sua família já morando em Votorantim, Izaura, reencontrou Alexandre e começaram a se olhar de uma maneira especial. Algo diferente estava acontecendo. Aquele homem feito, muito quieto e tranqüilo, combinou com a mulher extrovertida, falante e muito alegre. Bem que dizem que os opostos se atraem! Não demorou muito para que começassem o namoro e fomos testemunhas desses momentos, pois, para nossa alegria, sempre estavam em nossa casa nos finais de semana. Mas como moço sério que era não demorou muito para que marcassem a data do casamento que, por sinal, foi emocionante.
Neste dia, o noivo veio se arrumar na minha casa: eu, ajudando com o cabelo liso, que não parava de jeito nenhum e, o meu marido, dando uma mão com o nó da gravata. Como se não bastasse, para finalizar, sumiu a chave da porta e não podíamos sair, aumentando ainda mais o nervosismo do noivo. Graças a Deus chegamos a tempo a igreja.
Esse casamento foi a contemplação de uma verdadeira história de amor. Dele, nasceram três crianças maravilhosas: André, Letícia e Sabrina, que são a razão de tudo. Juntos conheceram outros países, fizeram muitas viagens pelo nosso país e estavam morando na Bahia, quando o querido mocinho achou que estava cumprida sai missão aqui neste mundo e partiu, de repente, para o espanto de nós mortais. No momento foi um grande choque. Mas agora, com o tempo, pudemos entender que todos nós precisamos de um representante junto ao nosso Pai Todo Poderoso e ele certamente foi o escolhido.
Algum tempo atrás, a Izaura veio me visitar e trouxe um DVD com imagens da viagem para a Itália que eles fizeram juntos. Foi uma das coisas mais lindas e emocionantes que eu já vi ao som da música "Se piangi, se ridi"... Momentos que ficarão eternamente guardados em minha memória.
Esta é uma linda história de amor que começou lá no nosso Vale Encantado...
"Dedico esta pequena homenagem aos queridos Alexandre, Maria Izaura, André, Letícia e Sabrina, agradecendo pelo prazer do convívio e por podermos ter compartilhado momentos muito especiais para nós".
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Chegamos a 4000 acessos - Muito obrigada!!!
Hoje chegamos a 4000 acessos. Muito obrigada a todos que prestigiam minhas postagens e que me incentivam a continuar essa viagem as minhas lembranças para compartilhar com vocês.
Abraços a todos e até as próximas postagens.
Natalina
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Trem Caipira - Percorrendo os trilhos da memória
Fiquei encantada com a paisagem maravilhosa ao longo do percurso, parecia até que o trem andava devagar de propósito para que pudéssemos apreciar todo aquele verde e as flores deslumbrantes daquela mata nativa.
Andei de trem pela primeira vez quando era muito pequena, mas nunca esqueci, foi um trem japonês que saia da estação de Sorocaba e ia até São Paulo. Aquele barulho e os sacolejos pareciam uma lavagem cerebral, por quatro horas ia naquele compasso e quando chegava à estação da luz em São Paulo eu já estava em dúvida para onde eu estava indo.
Outra viagem foi à terra natal do meu pai a cidade de Elias Fausto, em um sitio próximo a Campinas-SP, o tal do trenzinho parava em tudo que era estação, chama-se baldeação essas paradas e quando chegamos ao local já estava escuro, mas escuro mesmo já que no sitio ainda não tinha chegado luz elétrica (usavam lamparina) e só no dia seguinte é que pude realmente conhecer meus primos e tios direito.
Meu filho mais velho viajou por vários países e conta que os passeios foram feitos todos de trem o qual ele achou uma delicia. Pena que no nosso país quase não tem mais esse meio de locomoção.
Agora a história que vou contar do meu tio (Abel irmão da minha mãe) é bem legal. Quando ele era pequeno achou que tinha vocação para ser padre, então minha avó (sua mãe) pediu para o meu avô paterno que o levasse até a cidade de Rio Claro-SP onde tinha um colégio de padres. Com sua pequena mala na mão até porque era pobre e nem tinha tantas coisas para levar lá.
Chegando à estação sorocabana tomaram o trem que os levariam até o colégio e segundo contam foi uma festa a viagem, toda hora passava alguém vendendo guloseimas como cocadas, pé de moleque, pastel, amendoim, paçoca, refrigerantes, chegou uma hora até que ele já estava recusando as ofertas e meu avô bancando tudo.
Chegando lá, logo percebeu que não era aquilo que ele queria, pois colocaram para trabalhar na roça, serviço que ele não estava acostumado, pois morava na cidade. Diante disso, pediu para voltar, foi o meu avô que foi buscá-lo, mas só que desta vez nada de guloseimas e ele virava o rosto quando a “tal” da gostosura passava.
Minha mãe contava que era até bonito ver o meu tio ajoelhado aos pés da sua cama fazendo orações para dormir, mas os irmãos menores caçoavam dele e não demorou muito para ele se esquecer de tudo.
Mas, voltando aos trens, eu adoro a música Trenzinho Caipira de Villa Lobos e recomendo para quem ainda não a conhece ouvir e se maravilhar.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
I Encontro Mensal dos fãs de Elvis Presley em Sorocaba
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Para a querida Dona Tonica
Estamos quase chegando ao mês de novembro, portanto as vésperas do dia de finados, essa data tão especial que podemos reverenciar as pessoas tão queridas que perdemos ao longo da nossa caminhada. Embora ainda tenhamos muito que aprender, elas contribuíram muito para o nosso crescimento.
Na pessoa da D.Tonica (apelido carinhoso) quero fazer essa singela homenagem a todos os entes queridos que nos deixaram tanta saudade nessa vila que era uma grande família chamada Light. Eu poderia ter escolhido a minha mãe ou as mães dos meus amigos, mas fiquei com medo que as lembranças dela caiam em total esquecimento, principalmente por pessoas como eu que a conheceu ainda era muito pequena.
As palavras se perdem ao longo do tempo, mas as escritas são eternas e Dona Tonica era uma pessoa muito frágil de modos simples, porém de um enorme carisma. Era amada por todos que a rodeavam.
Duas vezes por semana eu ia ate sua casa comprar fermento fleichmam para minha mãe e amassar o pão, tarefa essa que, nós, meninas, aprendíamos muito cedo. Logo de manhã lá estava ela toda arrumadinha com seu avental branco e seu batom vermelho, segundo ela, o marido não gostava de esposa que não se cuida ou algo parecido.
Eu tinha que subir numa mureta que ficava logo abaixo da sua janela para fazer o pedido, enquanto ela ia buscar o produto na geladeira (objeto raro na época) eu ficava observado como era linda a sua sala com aquele sofá de tecido estampado e como brilhava o assoalho de madeira.
Nos finais do ano era montada uma enorme árvore de natal que alcançava a metade da sala toda iluminada com lâmpadas coloridas (ainda não existiam pisca-piscas). Seu primogênito já era um rapaz, quando ela adotou aquele bebezinho com apenas três dias de vida.
Tinha ficado órfão de mãe, foi uma dedicação total, até nos dias de hoje ela é lembrada por esse menino com muito amor e gratidão. E já se passaram mais de 65 anos!
Na volta da cozinha trazia em uma das mãos o fermento embalado como se fosse uma trouxinha e na outra uma deliciosa fruta do seu pomar: manga, goiaba, figo, dependendo da época.
E finalmente tinha que lhe contar todas as novidades da minha casa, pois não podia ir embora sem ao menos dois dedinhos de prosa, já que era uma pessoa bem informada.
Com certeza a volta para casa era muito mais suave, depois de tanto carinho e degustar aquelas frutas tão gostosas. Quando ela nos deixou eu tinha uns 15 anos, foi uma grande perda e nos deixou muita saudade.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Uma questão de gosto
Segundo os estilistas não são todas as cores que combinam em alguns eventos. Hoje em dia, usa-se preto para tudo: velórios, casamentos, nos shoppings e até em batizados de bonecas; e tem pessoas que afirmam que um pretinho básico emagrece, mas nem sempre foi assim.
Antigamente quando morria alguém da família todos ficavam de luto por um ano, as mulheres usavam roupas pretas e os homens uma tarja preta na manga da camisa, e se a viúva tirasse a roupa antes do tempo era descriminada e chamada de viúva alegre.
Minha mãe não gostava de roupa preta, ela fazia parte de uma congregação na igreja católica e para o desgosto dela alguém da irmandade escolheu um tipo de uniforme preto e toda última sexta feira do mês ela ia contrariada com a roupa.
Um dia meu pai estava muito mal no hospital e apareceu uma pessoa para visitá-lo, vestido de preto e mesmo ele estando muito mal perguntou para mim quem tinha morrido. Ainda bem que as coisas mudaram.
Algum tempo atrás eu fui a um velório (apesar de não gostar) a viúva estava de conjunto adidas vermelho e o cabelo enrolado com uma porção de bobs, fico aqui pensando como é que uma pessoa tem cabeça para por bobs nesse dia, mas enfim “Cada louco com a sua cabeça" como já dizia o meu avô.
E pensar que antes dos anos setenta todos andavam de roupas escuras nossas avós e bizas, não por que gostassem, mas era quase uma imposição do fabricante, pois misturando poucas cores obtinham mais lucro. ( acho que foi por isso que existia a cor de burro quando foge).
Somente depois dos anos setenta é que o mundo começou a ficar mais colorido, os hippies com aquelas roupas lindas bem leves que eram chamadas de Psicodélicas. O nosso planeta é colorido: o arco íris, as borboletas, as flores e tem coisa mais linda que o verde das nossas florestas e o azul esverdeado do mar ?
Mas quero deixar bem claro que eu não tenho nenhum preconceito, apenas penso que a vida é mais leve e gostoso se for colorida.
A minha gatinha chamada Belsyn (nome alemão) é negra e parece uma pantera que eu acho linda, me perdoem os gatos brancos e rajados eu também amo vocês.
A nossa sorte nessa vida é termos o poder de escolha e como eu já disse: Tudo é uma questão de gosto!
Abraços e até a próxima
sábado, 23 de outubro de 2010
Mais de 3000 acessos - Muito obrigada
Quero agradecer a todos que acompanham o meu blog. Já passamos de 3 mil acessos, graças a vocês.
Abraços a todos
Natalina
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Tommy e Eu
Nossos pais eram muito rigorosos na nossa educação e nós aprendemos a respeitá-los. Certa vez eu ganhei um cachorrinho branco e amarelo de pelos longos, uma belezinha. Enquanto eu subia a rua que dava para nossa casa eu coloquei o nome de Tommy.
Chegando em casa pedi a mamãe para ficar com ele, mas ela foi taxativa: “Não precisamos de mais um cão, já temos o Bill” (um cachorro preto que apareceu por lá e acabou ficando, era um excelente caçador de ratos, o que garantia sua estada por lá).
Nós gostávamos dele, mas o Tommy era mais dócil e até poderíamos colocá-lo dentro de casa. Quando papai chegou do trabalho eu corri mostrar o cãozinho para ele e foi amor à primeira vista, pois o danadinho foi para os braços dele e ainda por cima deu um sorriso.
Por muitos anos ele ficou alegrando nossas vidas, quando adoeceu (um problema nos ossos) meu pai contratou uma enfermeira para cuidar dele. E deu certo, voltou a andar e viveu conosco por muito tempo e ficou conhecido como o cão que dava risada.
Nossa rotina logo de manhã era tratar das galinhas, recolherem os ovos e soltá-las para que pudessem desfrutar no enorme quintal que tinha em nossa casa. Regar as verduras da horta, varrer em volta da casa e arrancar o mato que crescia no jardim, que por sinal era maravilhoso já que mamãe gostava muito de flores e as suas preferidas eram as rosas que ela tinha de muitas espécies e cores diferentes.
Cuidar dos irmãos menores também não era uma tarefa fácil, principalmente os três meninos menores que eram uns capetinhas e quando aprontavam alguma travessura nós é que levávamos um puxão de orelha.
Mamãe era muito ligada à natureza, além do pomar, horta, ela cultivava feijão e milho com meus irmãos mais velhos. Na colheita de milho tinha uma festa em casa, vinha até a amiga da mamãe que era especialista em fazer pamonha, curau e outras delicias do milho verde.
Nós crianças ajudávamos na limpeza das espigas, tirando o cabelo que ficava grudado e abastecer o fogão de lenha enquanto a lata com 20 litros de água ia fervendo, posso até ouvir as fagulhas estalando no fogo com a lenha seca queimando.
Os adultos iam ralando o milho, não sei exatamente a quantidade de coisas gostosas que eram feitas, mas acredito que dava para um batalhão.
Bons tempos aquele!!!!
terça-feira, 19 de outubro de 2010
As pessoas que fizeram parte da minha vida
Diante disso conheci meus ídolos vendo os filmes que eram exibidos na sede nova quer era um local para os eventos.
O Rodolfo Valentino foi paixão a primeira vista, além de ser um homem lindo, dançava tango como ninguém no mundo e era italiano.
Depois veio Gene Kelly, no filme Dançando na chuva... passei um bom tempo sonhando com ele.
Daí o "El Cordobés", um toureiro espanhol de Córdoba chamado Manuel Benitez Peres, que para minha alegria dia 15 de agosto completou 74 anos. Pintei um quadro com o seu retrato que por muito tempo esteve na parede da minha sala.
Nessa época nunca imaginei que mais tarde me casaria com um filho de Espanhol, os meus filhos teriam cidadania e que chegariam a conhecer a terra dos avós paternos.
Meu filho mais velho esteve na Espanha esse ano e foi calorosamente recebido pelos parentes que lá ainda vivem, lá pode conhecer a igreja em que o seu avô Antonio foi batizado e todas as gerações anteriores dele, falando em números, seria em torno de 500 anos.
Tudo o que eu falar do Elvis Presley é pouco diante do meu amor por ele que já dura mais de 50 anos. Os gêneros musicais já mudaram inúmeras vezes, mas o meu carinho por ele será eterno.
Charles Chaplin que historia de vida maravilhosa, leio todas as biografias e estou sempre revendo os seus filmes. Para mim é uma lição de vida.
Abraham Lincoln, um ser humano fantástico sua trajetória é muito interessante aprendo muito com ele sempre que tenho oportunidade indico sua biografia.
João Paulo ll, homem sábio, carismático e muito inteligente na sua simplicidade conquistou o mundo. Deixou um grande vazio, o mundo precisa de seres humanos como ele.
Conhecido no mundo inteiro seus livros foram escritos em vários idiomas, o brasileiro que atravessou fronteiras, estou falando do nosso querido Jorge Amado que casal maravilhoso ele com a sua amada Zélia Gattai uma mulher muito corajosa e excelente escritora também.
Agradeço a Deus por ter me dado essa família maravilhosa e para finalizar o meu querido Pablo Neruda com suas poesias lindas que tornam os nossos dias suaves e nos faz acreditar que por tudo ainda valeu a pena.
O teu riso
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Pablo Neruda